
ARQUITETURA MODERNISTA EM PONTA GROSSA
PASSADO MODERNO
Quem cruza a rua Coronel Dulcídio, no centro de Ponta Grossa, muitas vezes não sabe que passa diante da obra de um dos mais importantes arquitetos brasileiros. A casa amarela de número 481, onde hoje funciona uma imobiliária, foi projetada por Vilanova Artigas, modernista curitibano responsável por desenhar prédios como o Teatro Ouro Verde, em Londrina, e o Estádio do Morumbi, na capital paulista.
As características do edifício chamam a atenção: uma fachada larga, piso superior que se projeta sobre o vazio, linhas marcantes e a ausência de telhado. São alguns dos elementos que constituem a estética da arquitetura modernista, escola artística que surgiu no Brasil a partir da década de 40.
Construída em 1949, a casa foi a primeira de diversas edificações desse estilo em Ponta Grossa. Entretanto, nenhuma delas consta na lista de patrimônio tombado do município – o legado urbanístico de uma época está ameaçado de extinção.
Um exemplo desse risco é o caso de uma antiga residência na Rua Paula Xavier, onde atualmente funciona uma escola de inglês. Projetada originalmente em 1952 por Miguel Juliano, outro renomado arquiteto paulistano, a casa foi recentemente reformada e perdeu parte de suas características originais, como os jardins elevados que deram lugar a um estacionamento.
Conforme a vida na cidade muda ao longo dos anos, é natural que as construções também se modifiquem, ao serem adaptadas para exercer novas funções. Entretanto, manter intacto o valor histórico da arquitetura é um desafio que precisa ser encarado pela sociedade.